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Conversando sobre Osteoporose

Osteoporose é uma doença que enfraquece os ossos. Este enfraquecimento dos ossos pode provocar fratura. A Osteoporose não causa dor sendo algumas vezes chamada de “o ladrão silencioso de ossos”.

A osteoporose aparece quando a formação do osso não é adequada ou quando o desgaste do osso é excessivo ou quando ocorrem as duas coisas ao mesmo tempo. A osteoporose é mais frequente nas mulheres que nos homens e nas mulheres é mais frequente após a menopausa. Quanto mais idosa é a pessoa maior o risco de osteoporose e de fraturas.

Epidemologia-da-Osteoporose

As fraturas decorrentes da osteoporose acontecem com maior freqüência na coluna, na bacia e nos punhos. Fraturas na coluna vertebral causam diminuição da estatura e dor crônica nas costas. As fraturas nos ossos da bacia (fêmur) causam consequências mais sérias podendo limitar a capacidade de realizar as tarefas do dia a dia e, nos casos mais graves, colocar uma pessoa sob risco de vida.

O melhor exame para se fazer o diagnóstico de osteoporose chama-se densitometria óssea. Este exame é simples, indolor e seu resultado nos diz quanto temos de osso em gramas por centímetro quadrado nos locais do esqueleto onde as fraturas por osteoporose são mais comuns (coluna e fêmur). O exame também dá o resultado em uma figura matemática chamada desvio-padrão Cada desvio-padrão é mais ou menos 10% da massa óssea do local medido (coluna, fêmur).

Pela densitometria é conceituado que temos osteoporose quando perdemos 2,5 desvios-padrão (mais ou menos 25%) ou mais da quantidade de osso que obtivemos quando tínhamos 20 anos. Outra medida mais atual de medir o risco de fratura é um programa de computador gratuito denominado FRAX. Este programa mede o risco de fratura nos próximos 10 anos após avaliação dos fatores de risco para fratura com a adição ou não dos resultados da densitometria.

Esses fatores de risco incluem fratura por fragilidade prévia da pessoa, fratura de quadris por fragilidade nos pais (mãe ou pai), fumo, uso de glicocorticoides (cortisona), diagnostico de artrite reumatoide, osteoporose secundária (causada por outras doenças) e uso de três ou mais unidades de bebida alcoólica por dia. Na internet os modelos para a avaliação do FRAX são gratuitos e nacionais (um modelo para cada país). O Modelo Brasil está disponível desde Maio de 2013. Seu médico poderá calcular seu Frax durante uma consulta.

Felizmente, se você tem osteoporose, há uma grande possibilidade de viver confortavelmente exercendo suas atividades normais.

Ajustes no estilo de vida para auxiliar no combate à osteoporose

Os médicos especializados neste assunto recomendam alguns ajustes no estilo de vida que podem ser benéficos para a saúde de nossos ossos. Estes ajustes incluem exercícios regulares que podem ser simplesmente caminhadas durante a manhã ou uma musculação leve; tomar sol por pelo menos 15 minutos por dia, de preferência também perto da hora do almoço; parar de fumar e diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas.

Evitar quedas também é muito importante. Veja se na sua casa existem tapetinhos que possam fazer você escorregar, veja se todos os corredores estão bem iluminados e se existem muitos móveis no caminho que possam fazer você cair. Torne sua casa mais segura.

A alimentação rica em cálcio também é muito importante para a manutenção de ossos sadios. Leite, iogurte e queijo ingeridos diariamente podem fornecer a quantidade de cálcio necessária para a proteção adequada de nosso esqueleto. Quando a sua alimentação não tiver a quantidade diária necessária de cálcio, alguns suplementos de cálcio podem ser utilizados.

Ingestao-de-Calcio-Diario

Podermos calcular o quanto de cálcio existe em nossa alimentação diária, utilizando o quadro acima. Um copo de leite de 240 mililitros (240 ml), um copo de iogurte ou uma fatia de queijo tem a quantidade indicada de cálcio na tabela. Veja quanto você ingere destes alimentos por dia, faça a multiplicação e depois a soma total, conforme indicado. Mesmo em uma dieta sem derivados do leite já é possível conseguir 250 mg de cálcio por dia.

Níveis normais de vitamina D no sangue são importantíssimos para a saúde dos ossos. A vitamina D não está presente na maioria dos alimentos e a principal fonte para nosso organismo é a fabricação de vitamina D na pele do nosso corpo exposta à luz do sol. Recomendamos que todos tomem sol por mais ou menos 15 a 20 minutos entre 11 e 13 horas pelo menos 3 vezes por semana com roupa adequada (braços e pernas expostos), se não houver contra-indicação médica.

Seu médico pode receitar suplementos de cálcio, vitamina D e outras medicações se achar necessário.

Medicações

Entre estas medicações pode estar incluído o hormônio feminino chamado estrógeno. Esta forma de tratamento chama-se terapêutica de reposição hormonal (TRH). Uma das decisões mais importantes na vida de uma mulher quando chega a menopausa é se ela deve ou não realizar a terapêutica de reposição hormonal. A TRH, ou seja, a reposição do hormônio feminino chamado estrógeno, pode ser feita na forma de comprimidos, adesivos de pele ou creme vaginal.

Em curto prazo a reposição hormonal mostrou ser eficaz no alívio dos “calores” repentinos (fogachos), da secura vaginal e em alguns casos na melhora da parte psicológica da mulher. No longo prazo a TRH ajuda a manter o cálcio nos ossos prevenindo a osteoporose. Estudos científicos têm demonstrado que a TRH pode aumentar a densidade do osso e diminuir pela metade o risco de fraturas da coluna e do femur.

Antes de tomar a decisão de iniciar a TRH você deve conversar atentamente com seu médico (ginecologista). A reposição hormonal também pode ter efeitos indesejáveis que você precisa conhecer. Para algumas mulheres a TRH pode piorar as crises de enxaqueca, piorar crises de cólica da vesícula e aumentar a probabilidade de aparecimento de coágulo nos vasos sanguíneos.

A possibilidade de aparecimento de nódulos mamários e câncer de mama durante a TRH também deve ser discutida com o médico. De forma geral o estrógeno é prescrito em associação com outro hormônio, a progesterona, para evitar uma estimulação muito intensa da camada interna do útero chamada de endométrio. Todas as mulheres fazendo reposição hormonal devem realizar exames ginecológicos periódicos e mamografia anualmente.

 Opções de tratamento da osteoporose incluem bisfosfonatos, raloxifeno, teriparatida,  denosumabe e mais recentemente o romosozumabe.

Bisfosfonatos são medicamentos que inibem o desgaste dos ossos sendo utilizados tanto na prevenção quanto no tratamento da osteoporose. Foi demonstrado que os bisfosfonatos podem aumentar a densidade óssea e prevenir fraturas. Atualmente são as medicações mais utilizadas no tratamento da osteoporose. Efeitos adversos podem occoreer com o uso muito prolongado destas medicações, mas isto deve ser discutido com seu médico.

Raloxifeno é um medicamento que pertence à classe dos chamados Moduladores Seletivos dos Receptores de Estrógeno. Isto significa que o raloxifeno gera benefícios para o corpo feminino semelhantes ao do estrógeno tanto no osso como no coração, porém, sem estimular excessivamente a mama e o útero. O raloxifeno é menos potente que o estrógeno para os ossos porem parece proteger as mamas contra o câncer.

Teriparatida é um medicamento que ajuda a formar ossos e é usado sob forma de injeções subcutâneas (embaixo da pele) diariamente. Geralmente este medicamento é usado em osteoporose mais avançada. A teriparatida é um estimulador da formação de osso.

Denosumabe este é um medicamento denominado medicamento biológico para o tratamento da osteoporose. Sua utilização é na forma de injeções subcutâneas a cada seis meses. Sua principal ação é contra o desgaste dos ossos.

Romosozumabe é o mais novo medicamento para tratar a osteoporose e também é administrado por injeções subcutâneas. Este é um medicamento formador de osso.

Todos os medicamentos citados acima diminuem o risco de fratura vertebral (coluna) mas apenas os bisfosfonatos, o estrógeno, a teriparatida, o denosumabe e o romosozumabe são eficazes na diminuição de fraturas de outros ossos.

Outras medicações têm sido estudadas e desenvolvidas para a prevenção e tratamento da osteoporose. Podemos dizer que existem excelentes perspectivas em futuro próximo para todos que hoje sofrem com a diminuição da consistência de seus ossos e a possibilidade de terem fraturas.

Você sabia?

– Osteoporose não é uma parte inevitável da menopausa, ou seja, nem todas as mulheres que estão na menopausa têm osteoporose.

– Osteoporose é algumas vezes chamada de “O Ladrão Silencioso” porque pode progredir durante anos sem sintomas diminuindo a força dos ossos até que ocorra a fratura.

– Mulheres jovens e homens também podem ser vítimas da osteoporose

– Os exames radiológicos não podem diagnosticar a osteoporose até que 30% de osso já tenha sido perdido. A Densitometria Óssea é o melhor exame para detectar a osteoporose antes que uma fratura ocorra.

Fatores de risco para Osteoporose

Muitos fatores podem aumentar suas chances de desenvolver Osteoporose:

– estar na menopausa

– ser alta e magra ou ter a estrutura do corpo delicada

– ter uma história familiar de fraturas ósseas principalmente na mãe

– ter tido a menopausa antes dos 45 anos mesmo sendo natural ou após remoção cirúrgica dos ovários

– ter idade avançada

– ter dieta pobre em cálcio

– não praticar exercícios

– ser da raça branca ou asiática (por exemplo: japonesa ou chinesa)

– fumar

– utilizar  bebida alcoólica excessivamente

– usar por tempo prolongado alguns remédios tais como cortisona e seus derivados, alguns medicamentos usados para tratar convulsões, alguns remédios anticâncer e hormônios da tiroide em excesso.

Consulte sempre um médico para que você tenha maiores esclarecimentos e um tratamento individualizado.



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